Mães
Overdose de Noel
Olá queridos!
Eu gostaria muito de ter escrito no dia 24 desejando a todos um feliz natal, mas não houve tempo devido ao trabalho com meus pequenos, pois a programação especial foi pra eles. No entanto, conversando com minha amiga Linda, uma mãe bastante especial e dedicada aos filhos, percebi que tínhamos algo em comum sobre que gostaria de escrever, mesmo que o natal já tivesse passado.
Bom, então, antes de tudo, um feliz natal atrasado e um ano novo abençoado pra todos aqueles que têm acompanhado este blog.
Farei antes de tudo uma ressalva. Quando escrevo posts que envolvem meus filhos e marido sou cuidadosa para não expor em excesso. Não gosto, por exemplo, de expor dificuldades de meu filho que o envergonharão se se tornarem publicas, mas às vezes existem momentos de potencial desenvolvimento que me ensinam, esses acho que vale a pena dividir desde que não exponham de um jeito que não acho benéfico. Este episódio é um dos que acho que vale a pena dividir.
Quem acompanha o blog sabe o quanto levo a serio apresentar a fé em Cristo aos pequenos. Creio que antes que conheçam outras portas e caminhos quero que passem pela porta da graça, para que ao escolherem no futuro, ao longo de suas vidas, tenham a chance de ter sido apresentadas a fé que recebi de meus pais. Bom, depois de meu trabalho com Benjamin eis que sou surpreendida com um gesto do meu pequeno.
Tudo começou um dia quando ele chegou em casa dizendo que um de seus amiguinhos disse que enviaria cartas a papai Noel e que Callou (personagem de um desenho infantil que eu às vezes gravo episódios para ele) tinha pedido um dinossauro a Papai Noel. Eu francamente não vejo sentido em estimular um personagem que só tem a ver com presentes e compras e que além de tudo quando os pais querem comprar um presente de fim de ano para os filhos tira o sentido desse gesto de carinho e transfere para um personagem ilusório. Outro aspecto, é que pra mim o natal só faz sentido quando pensamos no nascimento de Cristo apontando para o calvário. Não gosto da enfase apenas no bebê pobrezinho da manjedoura. Embora esta parte da história tenha sua relevância e deva ser destacada eu gosto de ensinar meu filho a pensar nela como o começo de uma história que termina numa tomada de decisão dele que tem concretude no gesto de Cristo na cruz. Falei pra ele que papai Noel era uma pessoa brincando de fantasia. Passou o episódio.
Eis que dia 23, Meu marido e eu decidimos que queríamos comprar um presente de fim de ano para Benjamin. Quando ele chegou da escola o presente estava guardado e ele veio me abraçar e perguntar porque eu não o havia ajudado a escrever uma carta pra papai Noel pedindo um presente. Eu fiquei espantada, pensei que o problema tinha sido resolvido. Expliquei novamente que papai Noel era só um homem brincando de fantasia, já que ele me disse que viu um no shopping center. Ele começou a chorar copiosamente dizendo que eu ia deixar Noel triste e ele ia ficar sem presente. Peguei um livro ilustrado e contei pra ele mais uma vez a história de Cristo e ressaltei que o papai e a mamãe iriam ficar felizes em dar um presente a ele, mas nada feito!! Eu o abracei e vi que era uma quebra de braço difícil contra um mundo colorido e ilusório movido pelo consumismo louco. Orei em voz alta e disse a Deus: Senhor eu plantei a semente neste coraçãozinho, agora faça sua obra! Então lembrei de Elias no monte provando se Baal era ou não verdadeiro. Peguei um papel e disse: Diga pra mamãe o que você quer que eu escreva pra o Sr. Noel. Escrevi: papai Noel, Eu sou Benjamin, quero muito um avião (graças a Deus o pai tinha comprado um carro!!!). Por favor, deixe o meu presente perto da janela. Pronto! Disse a ele: filho, se papai Noel existe, então, ele vai deixar seu presente. Fomos dormir.
No outro dia dei nosso presente a ele e deixei bem claro que Noel não tinha parte nisso. Ele me fez todas as perguntas correspondentes pra garantir que o pai tinha ido comprar o brinde e não Noel. Fomo à janela e nada havia lá. Procuramos pela casa. Nada. Ele começou a chorar. Uma vez mais com calma contei a historia do natal e pedi pra cantar um hino pra ele. Cantei: Vem ao meu coração oh Cristo! Expliquei que aquele hino era convidando Jesus pra estar com a gente. Aquela cena me perseguiu durante todo o dia. Para muitos é uma bobagem que eu poderia ter resolvido deixando que ele descobrisse a verdade mais velho. Pra mim a questão era combater um baal que este mundo impõe a nossas crianças. Fiquei pensando que toda a vida será assim! Eu contra os profetas de Baal do sistema com suas luzes coloridas e muito mais atrativas do que pensar num homem sozinho numa cruz que tem amor pra dar e renuncias a demandar. Imagino na adolescência! Como terei que ser efetiva e deixar o Espirito de Deus me guiar. Me senti incompetente!!! E sou. Só a graça divina atraves de nossa diligencia pode salvar o coração de nossos filhos. Mas sou portadora da mensagem da graça porque Deus assim o quer. É só isso que posso fazer.
À noite estava muito atrasada com os dois pequenos pra ir pra igreja. Cansada demais pois Beatriz pegou gripe com o irmão e eu passei a noite entre o soro e o nebulizador e o marido com as mamadeiras. Expliquei pra meu marido minha necessidade de não faltar o culto pelo nosso pequenino, queria introduzi-lo a nossa tradição. Ele prontamente me ajudou a acelerar o processo e se atrasou 15 minutos, mas conseguimos chegar à igreja! A cada hino que cantavam eu abria sua Bíblia e mostrava a ilustração da história sobre a qual era a música. Então, de repente, dos lábios do meu pequeno veio a resposta: Mamãe, eu vou crescer e vou amar Jesus bem muito! Ele se aninhou em meu colo e dormiu o resto do culto. Ele no colo e Beatriz nos braços. No entanto, foi o natal mais feliz de minha vida! Não sei o que ele pensa de Noel, pois ainda não voltei ao tema,não sei o que pensará de muitas outras coisas…o que sei é que comecei a guerra contra os profetas de baal! Creio que tive uma primeira vitória. Minha vida de mãe será sempre assim e se você mãe se importa com as mesmas coisas que eu, temo que não será um caminho fácil! Filhos nos ensinam que nossas respostas prontas não resolvem nada! Que Deus com sua graça infinita nos ajude! Minha oração é pra que meu filho conheça mais que um conjunto de regras, que seja tocado pela graça, que tenha experiências com Deus. Espero que como minha mãe foi canal para isto na minha vida, eu seja na vida do meu Benjamin e da minha pequena Beatriz! Digo meus, mas também já aprendi que eles não são meus. Eu recebi, apenas o privilegio de cuidar deles!
Que a graça seja eficaz em nossas vidas!!!
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