Mães
O desenvolvimento da linguagem oral nas crianças
Oi mamães, papais e vovós de plantão,
Bom dia a todos!
A contribuicão de hoje para nosso blog vem de uma querida que tem cuidado da minha voz e tentado dar um jeito na minha fala arrastada (rs). Convidamos a Fonoaudióloga e mãe Anne Karenina Bettencourt para falar um pouco sobre o desenvolvimento da fala da criança. Anne trabalha com crianças e adultos, além de atuar na preparação de profissionais comunicadores de TV e rádio. Uma mamãe amorosa e dedicada que quando se encontra comigo, como eu, só fala em seu rebento, o pequeno Bernardo.
Segue o texto na integra. Boa Leitura!
Olá mamães! Primeiramente gostaria de agradecer o convite da querida Ana, e dizer que este blog tem me ajudado em minhas muitas questões, dúvidas e receios maternos. Ana, é prazeroso ler seus textos, eles sempre são carregadas de sinceridade, conhecimento, sabedoria e amor! Bem, vamos falar de uma assunto especial que é o aparecimento da linguagem oral na vida das crianças, sem dúvida um marco muito importante para elas e para nós, pais. Acredito ser importante conhecermos o que é normal e o que foge ao padrão no desenvolvimento da linguagem, esse conhecimento nos ajudará a entender quando devemos nos preocupar, e se a criança está apresentando um desenvolvimento adequado. Vamos observar!
A seguir temos uma espécie de cronograma da fala e da linguagem da criança:
· Até 1 ano:
- Nos 6 primeiros meses o bebê emite vocalizações e sons roucos, produzidos e moldados apenas na garganta.
- Dos 6 a 8 meses apresenta balbucios repetitivos e imitam a entonação do adulto. Vale aqui deixar um exemplo clássico! Quando cantamos aquela cantiga do a a- a- a- á para embalar o sono dos pequenos. Então, neste período eles começam a reproduzir com o mesmo ritmo ou entonação, fazendo praticamente um coro com os pais. A musica é a- a –a- á.
- Geralmente com 1 ano a criança fala as primeiras palavras com significado. Pode falar algumas palavras além de “mamã” e “papá”, imita palavras familiares, compreende ordens simples. Ela também reconhece as palavras como símbolos para objetos.
· Entre 1 e 2 anos:
-Aos 18 meses a criança pode apresentar um vocabulário com 50 palavras.
- Entre 18 e 24 meses seu vocabulário aumenta e se aproxima de 200 palavras; Combina duas palavras; Imita o som de animais; Aponta figuras de um livro quando nomeadas; Segue comandos simples.
· Entre 2 e 3 anos:
Fala frases curtas, de 3 a 4 palavras; Dá nome a figuras e objetos comuns; Identifica partes do corpo; Combina nomes e verbos; Conversa com outras crianças assim como com adultos; Gosta de ouvir a mesma história várias vezes. Ah! É nesta fase que eles repetem tudo, por isso muito cuidado no que fala perto dos pequenos.
Entendemos que cada criança tem um tempo para se desenvolver, e isso atinge a linguagem. Mas, podemos tomar por base o cronograma acima para nos nortearmos. Não se preocupe se esta não for a cópia fiel da fala do seu filho. No entanto, se a fala dele estiver muito diferente do que foi citado, talvez seja a hora de procurar avaliacão ou ajuda! Fica a pergunta: O que realmente indica o atraso no desenvolvimento da linguagem??? O atraso de linguagem é caracterizado pela ausência ou retardo no surgimento da linguagem oral, na idade em que isto normalmente ocorre.
O atraso de linguagem ocorre por diversos fatores, como:
- Perda Auditiva: a criança precisa ouvir a linguagem oral dos adultos, de outras crianças e até mesmo sua própria voz para que sua linguagem se desenvolva.
- Autismo: uma das características mais marcantes do espectro autista é a ausência ou atraso da linguagem oral.
- Atraso mental e/ou psicomotor;
- Superproteção- quando os pais adiantam a vontade da criança e por causa disso ela não sente necessidade de falar.
- A falta de estímulos adequados;
- Meio sócio- afetivo desfavorável.
Querida mamãe, eu acredito que a melhor medicina é a preventiva! Não acha? Então, dicas básicas de como estimular a linguagem das nossas crianças podem prevenir este tipo de atraso. Podemos destacar algumas:
· - Nomeie objetos, partes do corpo. Você pode aproveitar a hora do banho. Ex: “Vamos lavar o cabelo”, “o pé ainda está sujo”.
· - Use uma linguagem clara, e de preferência sem diminutivos. Eu sei! Não é fácil falar com crianças sem usar diminutivos! Mas, existem outras formas de demonstrar carinho através da fala, como a mudança na entonação ou até mesmo no timbre da voz quando falamos com os pequenos!
· - Apresente para seu filho texturas diferentes, coloque literalmente a “mão na massa”, na areia... Diga para ele que determinada textura é grossa, fria, gelada, áspera...
· - Brincar é uma excelente oportunidade de estimular a linguagem. A criança se desenvolve através do lúdico. Não perca a oportunidade de voltar ao mundo das bonecas, princesas e dos príncipes. Que tal pular corda, brincar de esconde-esconde ou de cabana?
· - Não preencha todos os espaços vazios, ou seja, espere para ver e ouvir o que sua criança tem a dizer, mesmo que algumas vezes seja apenas: “GUGU DADÁ”.
· - Dê um significado a fala da criança. Se ela disser: “Pa”, fale pra ela: “O papai já vem” ou “A pá está suja”. Ela precisa entender que a fala tem um significado.
· - Conte histórias, leia livros, cante, pinte ou desenhe.
· - Converse com seu filho, de preferência olhando em seus olhos. Ah! E quanto mais afeto melhor, pesquisas já comprovaram que a boa relação afetivo-emocional entre mãe e criança propicia um desenvolvimento de linguagem muito satisfatório.
Queridas, espero que o Senhor nos ajude na nossa caminhada. Que Ele nos conceda força e graça para criar e estimular nossos filhos da melhor forma possível!
Um abraço afetuoso,
Anne Karenina Bittencourt.
Nota da Blogueira- Anne Karenina atende em consultório e clinica especializada. Em caso de necessidade de contato ou conversa para futura consulta, ligar (081) 8836-6764.
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